Alumni ajudam a criar site para compartilhamento de caronas

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Enviado por eopen em qui, 25/09/2014 - 14:44

Alumni ajudam a criar plataforma de compartilhamento de caronas

Por Anaís Motta

Inspirados pela necessidade de se desenvolver um projeto que pudesse, ao mesmo tempo, melhorar os problemas ambientais e de trânsito e proporcionar o contato entre pessoas diferentes, os feanos Matheus Pappiani e Eduardo Prota ajudaram a conceber a Tripda. Através do site da empresa, é possível oferecer ou procurar por caronas para trajetos variados, geralmente entre cidades, bastando apenas se registar no sistema com uma conta do Facebook para utlizar o serviço.

A ideia inicial partiu de Giuliana Reis, ex-aluna do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) e amiga de Matheus. O feano, agora Country Manager da Tripda, explica que conheceu Giuliana quando ainda estagiava em um banco no ano passado, último ano de sua graduação. "Ela começou com o projeto no início de janeiro [de 2014] e me chamou. Entrei em fevereiro, ajudei a desenvolver as ideias e as estratégias de marketing", conta.

Eduardo, por sua vez, é Chief Executive Officer (CEO) da empresa e entrou para a equipe da Tripda em julho deste ano. Segundo ele, o mau uso dos recursos disponíveis foi o item crucial que os levou a essa oportunidade grande de criar um negócio. "É só fazer o trajeto Ribeirão Preto - São Paulo uma vez para perceber a quantidade de carros que vêm vagos. Chegando aqui na Bandeirantes [Rodovia dos], começa a ficar apertado, apertado, apertado… Até que você trava. A carona consegue te fazer utilizar melhor os artifícios de um carro e ainda te pega mais próximo do seu ponto de partida e te deixa mais perto do seu destino", comenta o feano.

De acordo com Eduardo, já existem alguns projetos semelhantes na Europa, como na França, onde há o BlaBlaCar. Matheus conhece bastante o BlaBlaCar, porque passou um ano no país fazendo intercâmbio pela própria FEA. "A infraestrutura da malha de transportes deles é ótima e mesmo assim todo mundo continua usando o BlaBlaCar. Se lá na Europa esse tipo de negócio já funciona tão bem e a necessidade nem é tão grande, pensamos: por que não introduzir aqui no Brasil também?", afirma Matheus.

O sistema da Tripda é descomplicado e o cadastro, seguro e rápido - o único item obrigatório para o registro é uma conta no Facebook. "É uma questão de segurança. Você consegue identificar com quem está falando e, além disso, tem a oportunidade de conhecer pessoas novas antes mesmo de oferecer ou pegar carona com elas", conta Matheus. "Tem a opção de colocar algumas partes mais sociáveis também, dizendo se você conversa bastante ou não, se você gosta de ouvir música, se deixa que as pessoas comam no seu carro, se você permite o transporte de animais, essas coisas".

Depois do cadastro, o usuário motorista pode começar a divulgar a viagem que pretende fazer e o que procura por caronas pode analisar as oportunidades anunciadas no site. Quem vai dirigir precisa registrar o horário em que vai sair e o lugar para onde irá, além de escolher se vai ofertar viagens com paradas no meio ou não. "Fora isso, tem uma opção bacana chamada 'caronas só para elas', por meio da qual a motorista mulher pode optar por oferecer carona apenas para outras mulheres", explica Eduardo.

A Tripda é formada por basicamente quatro pilares. O primeiro diz respeito à economia, uma vez que tanto quem oferece como quem opta por pegar caronas acaba gastando menos pela utilização do meio de transporte. O segundo pilar se relaciona à questão ambiental - quanto mais caronas, menos carros nas ruas e menos poluição. O terceiro e o quarto são, respectivamente, os pilares social e cultural da carona, já que ela oferece oportunidades de ampliar o networking e conhecer pessoas novas e traz, ainda, a transição entre uma economia consumista para outra colaborativa. A ideia é "esquecer o polegar e usar o indicador", como enfatizam Matheus e Eduardo.

Internacionalização 

O site da Tripda foi lançado oficialmente no dia 1o de maio deste ano e, na época, ainda estava em fase de testes. Em aproximadamente oito meses de empresa, o serviço já está presente em diversos países da América Latina e a perspectiva de crescimento continua grande. "Quando tem muita gente tendo ideias semelhantes, ou você aproveita as oportunidades na hora em que aparecem ou não aproveita mais. Internacionalizar a Tripda tão rapidamente foi uma decisão nossa, para que pudéssemos aproveitar a janela que se abriu pra nós", conta Eduardo.

Para decidir em que países a empresa poderia se firmar, a equipe da Tripda fez uma cuidadosa análise de mercado em diversos deles. Depois das pesquisas, escolheram os lugares que melhor se adaptariam aos seus serviços e começaram a se planejar para entrar nesses países. De acordo com o CEO, o primeiro país do exterior a ter acesso ao sistema da Tripda foi a Colômbia. "Foi onde os santos bateram".

Matheus também explica que a decisão por começar pela América Latina foi quase óbvia, uma vez que o continente é mais conhecido pela equipe e tem cultura bastante semelhante à brasileira. "Atingimos o que queríamos atingir na América Latina. Agora, começamos a pensar na Ásia também, que é um mercado emergente. É um lugar onde encontraremos muitas oportunidades", complementa.

Os planos para o futuro são ambiciosos, mas plausíveis. Segundo Eduardo, a Tripda pretende chegar em 14 países nos próximos dois meses. "Quem sabe não acontece até antes disso? Estou dizendo isso pra ser conservador, mesmo [risos]", brinca. "A verdade é que, no começo, achamos que as pessoas não fossem receber muito bem esse negócio de carona, mas aconteceu o contrário. É o tipo de serviço com o qual todo mundo sonha".