Casos da FEA

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Enviado por eopen em sex, 16/03/2012 - 15:57

Professor Marcos Cortez Campomar conta algumas de suas histórias nos tempos de aluno na FEAUSP

Por Beatriz Montesanti

A história do professor Marcos Cortez Campomar na FEA começou ainda na década de 60, quando o multialtleta ingressou no curso de Ciências Econômicas da USP. Nesse tempo, a faculdade ficava localizada na rua Dr. Vila Nova, o Cepeusp era apenas um conjunto de quadras, os encontros da LAAUSP eram escondidos e Chico Buarque tocava violão em um barzinho de esquina. Tudo isso fez parte do contexto da vida de estudante de Campomar, que lembra aqui algumas histórias:

Havia, naquele tempo, um professor de estatística que usava peruca. Tinha também, ali por perto na rua, uma menina surda-muda que pedia dinheiro. Um dia ela entrou na sala para pedir esmola e o professor a pôs para fora. Ela voltou, de repente, para puxar o cabelo do professor, e sua peruca saiu! A menina saiu correndo da sala com a peruca na mão, e o professor, perdendo toda a sua austeridade, foi atrás dela enquanto a sala caia em gargalhada. Voltou depois, extremamente embaraçado, com a peruca na mão...
“Uma vez,  um aluno fez uma rifa para poder juntar dinheiro. Ali perto da FEA, havia uma boate com garotas. O garoto arrecadava o dinheiro, pagava uma moça, o hotel e ainda ficava com um pouco do dinheiro para si. Todos ficavam loucos para saber quem havia ganhado. Uma vez, ganhou um japonês muito tímido, então todo mundo tentou roubar a rifa dele, porque não botaram fé”.
“Na Contabilidade, havia uma empresa para os alunos chamada Cairu. Eles usavam um talão de cheque fictício, com o endereço da FEA, para praticar o trabalho. Vira e mexe batia alguém na porta da empresa para cobrar alguma compra que alunos haviam feito com o cheque fictício”.
Na Rua Dr. Vila Nova, embaixo tinha uma quitanda que vendia frutas. O pessoal matava aula, ia pra lá, comprava pinga e usava as frutas para fazer batida e ficar tocando violão. Quem ficava lá tocando e cantando por lá era Chico Buarque e Taiguara. Eu conheci o Chico Buarque lá, tocando violão. E a quitanda virou um bar, porque o cara viu que tinha dinheiro. Chama “ Bar sem nome”, até hoje existe. Ali havia uma concentração: o pessoal do Mackenzie, o pessoal da filosofia, o pessoal da FEA, o pessoal da medicina Santa Casa que era lá em baixo, o pessoal da sociologia que ficava na praça Leopoldo Fróes, e o pessoal da arquitetura que ficava por lá não sei aonde. Então você imagina como fervilhava aquela região, era uma coisa absurda. Ali era uma baderna, o dia inteiro de farra”.