Iniciativas de comércio justo são tema de tese

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Enviado por milenan@usp.br em qua, 04/11/2015 - 15:43

Com o objetivo de descobrir como os ganhos competitivos em redes de cooperação podem ser proporcionados aos artesãos em uma iniciativa de comércio justo, a pesquisa de mestrado de Filippe Delarissa Barros partiu de proposições teóricas e do estudo de uma rede de cooperação real para entender como funciona essa dinâmica de empoderamento dos pequenos artesãos.

Com o objetivo de descobrir como os ganhos competitivos em redes de cooperação podem ser proporcionados aos artesãos em uma iniciativa de comércio justo, a pesquisa de mestrado de Filippe Delarissa Barros partiu de proposições teóricas e do estudo de uma rede de cooperação real para entender como funciona essa dinâmica de empoderamento dos pequenos artesãos.

Comércio justo é um movimento que surgiu a partir de 1946 para favorecer o acesso de produtores marginalizados a mercados consumidores que eles não teriam acesso sem as organizações que atuam por essa causa. Outro objetivo do movimento é também favorecer condições comerciais diferenciadas, como pagamento de um preço justo, margem de lucro um pouco maior para os produtores, capacitações e outras frentes de atuação para desenvolver esses produtores que se encontravam basicamente no hemisfério sul, vendendo para países europeus e norte-americanos.

Hoje já existe uma literatura minimamente consistente sobre comércio justo e seus atores. No entanto, ainda há uma lacuna na utilização das abordagens de rede para estudar os casos. “Isso me motivou a estudar com uma nova ótica dos benefícios organizacionais que os artesãos podem ter por participar de uma iniciativa de comércio justo ”disse Filippe. Em sua pesquisa, ele estudou o exemplo da Rede Asta, uma rede de cooperação criada em 2005 com o objetivo de levar a consumidores em todo Brasil produtos de design feitos por grupos produtivos de regiões de baixa renda.

Fillipe percebeu que se forem cumpridos muitos dos princípios e características de comércio justo, é possível sim atender as características de uma rede de cooperação. Isso originou a primeira proposição do estudo, ou seja, ao participarem de iniciativas de comércio justo, os artesãos podem integrar uma configuração com características similares de cooperação.

“É importante afirmar que não estou dizendo que comércio justo é igual a redes de cooperação. O que estou enfatizando é que ao se cumprir as características de comércio justo, uma configuração similar a uma rede de cooperação pode acontecer”, explicou Filippe.

A segunda proposição do estudo diz respeito aos ganhos competitivos inerentes às organizações que fazem parte de uma rede de cooperação, ou seja, artesãos em iniciativa de comércio justo podem ter ganhos competitivos de redes de cooperação (escalas e poder de mercado, acesso a soluções, aprendizagem, redução de custos e riscos e relações sociais).

Autora: Isabelle Dal Maso