Livro resgata a história do CAVC

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Enviado por milenan@usp.br em ter, 19/04/2016 - 09:20

O livro “Tradição e Utopia - 70 anos de história do CAVC” foi lançado pelo Centro Acadêmico e escrito pelo professor Flávio Saes e pelo economista Roney Cytrynowicz.

Contar a história do Centro Acadêmico Visconde de Cairu, que completa 70 anos em junho, foi uma tarefa trabalhosa, mas ao mesmo tempo gratificante para o professor Flávio Saes. A convite do ex-presidente da entidade, Rodrigo Toneto, ele e o economista Roney Cytrynowicz elaboraram o livro “Tradição e Utopia - 70 anos de história do CAVC” (editora Narrativa Um), lançado em dezembro passado, num grande evento que comemorou o aniversário do Centro Acadêmico.

Especialista em História Econômica, Flávio Saes conta que enfrentou certa dificuldade para realizar a pesquisa referente à documentação da entidade, já que parte do acervo do CAVC havia sido extraviada nas constantes mudanças físicas da entidade. Além disso, muitos documentos foram apreendidos ou destruídos por forças policiais durante as invasões às suas instalações, nas décadas de 60 e 70. O resgate histórico contou também com as valiosas gravações de entrevistas de antigos dirigentes dadas a Thomás Zicman de Barros, economista e diretor de comunicação do CAVC (2011-2012), que idealizou o projeto do livro, concretizado na gestão de Toneto.

Para a elaboração da obra, foi utilizado, ainda, material relativo aos anos 60 cedido pelo professor Jacques Marcovitch, ex-diretor da FEA e do CAVC. Outra fonte importante foi o economista Alfredo Henrique da Costa Filho, presidente em 1963-64, que forneceu cópia de documentos esclarecedores dos eventos ocorridos em abril de 1964. Além disso, foram realizadas entrevistas com vários ex-dirigentes do CAVC e do Diretório Central dos Estudantes.

O professor Flávio Saes relata no livro algumas histórias pouco conhecidas, entre elas a tentativa de destituir a diretoria eleita no final de 63 por um grupo de alunos alinhados mais à direita politicamente. “O fato gerou uma crise. O então diretor da Faculdade, Dirceu Lino de Matos, foi nomeado interventor e os membros da diretoria acabaram renunciando. A carta de renúncia foi obtida com o ex-presidente eleito Alfredo Henrique Costa Filho. Assim foi possível juntar as peças e entender o que havia acontecido”.

Saes acredita que o resgate desses fatos ajudarão os novos alunos a conhecer o envolvimento da FEA nos episódios. “Um dos acontecimentos marcantes foi a prisão do ex-presidente do CA, Paulo Roberto Beskow, em 1969, que acabou condenado a um ano e meio por suas atividades políticas”. As ações do CAVC, segundo Saes, não se restringem a questões políticas. A entidade sempre defendeu os interesses dos alunos junto à instituição e promoveu atividades culturais, de lazer e palestras sobre variados temas, além das famosas “cervejadas”. “É possível perceber que, dependendo da época, há uma preferência por um tipo de atividade”, finalizou Flávio Saes.

Fonte: Gente da FEA - edição Março de 2016
Autora: Cacilda Luna